segunda-feira, 3 de março de 2008

A caixa

Certo homem idoso tinha uma caixa. Ele a guardava em uma das gavetas do seu armário. Todos os dias ele a pegava, a abria e a deixava aberta por algum tempo; então se alegrava, sorria e depois a fechava. Ela era muito bonita e pequena.

Todos os dias ele tinha o mesmo ritual. Todas as manhãs ele ia atrás da sua caixinha, mas logo que aparecia algum problema, saía correndo do seu quarto e a esquecia lá, fechada. Ela não ficava muito tempo aberta porque, como você sabe, a vida é cheia de problemas.

Esse homem idoso tinha uma vizinha. Ela era mãe de três filhos homens já casados. A felicidade dela se resumiam em alguns fins de semana e os feriados que seus filhos vinham lhe visitar e traziam seus netinhos. Ela esperava ansiosamente por essas datas enquanto trabalhava, acordava e dormia. Ela tinha uma caixa também. Só que sua caixa era maior do que a caixinha do seu vizinho. Ela se abria quando a campainha de sua casa tocava e ela sabia que eram seus netos.

Havia um outro homem na mesma rua. E adivinhem só, ele também tinha uma caixa. Ela era enorme. Tão grande que não cabia no armário. Mas a caixa só vivia fechada e escondida. O homem se orgulhava dela.
Preciso te dizer que todas as pessoas possuem uma caixa. Elas variam no tamanho, nas cores, e são guardadas nos lugares mais inusitados. As caixas guardam um presente muito precioso que alguém mais precioso ainda deu para cada pessoa. As caixas quando abertas trazem o melhor que cada um pode ter.

Na verdade há um segredo. Se você pedir para o dono do que tem dentro da caixa, mais do que existe dentro dela, ele vai te dar, e de graça. Mas quase ninguém sabe disso, e pior ainda, teimam em deixar suas caixas bem fechadas. Como vão se alegrar com o presente? Será que não entenderam para que ele serve?

As caixas precisam estar abertas. Dentro delas não há borboletas, nem jóias; não há porta-retratos com fotos antigas ou diários. É triste saber que às vezes as pessoas ao menos sabem que têm uma caixa! Esqueci de contar que para alguns as caixas são invisíveis... podendo aparecer em um momento de dor ou quando se alguns se sentem sozinhos... Mas isso não é uma regra.

É estranho ganhar um presente e não fazer uso dele. Principalmente quando o presente pode fazer coisas extraordinárias. Talvez isso ocorra porque assim que uma caixa é aberta nada de gigantesco aconteça... Na verdade, às vezes dói muito deixar a caixa aberta. É uma questão de escolha e de renúncia. Muitas vezes se trata de uma questão de passar por cima de lágrimas, do medo e até mesmo da morte.

Entretanto, quanto mais sua caixa fica aberta, mais forte você se torna; esse é o plano do dono das caixas. Quando você consegue deixá-la aberta sempre, e joga fora sua tampa, o que tem dentro dela se expande e toma conta de você, enchendo seu quarto. Depois de alguns minutos ela enche sua casa, e todas as pessoas que entram pela sua porta são tocadas. Assim, todos que te encontrarem vão sentir que há algo diferente em você. Algo de certo mudou. Está dentro dos seus olhos, está no seu sorriso e nas suas palavras. Eles podem nem saber o que aconteceu. Mas você sabe muito bem. Sua caixa está aberta, e sua fé tomou conta de sua vida.

“Pois todo o que é nascido de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.
I Jo 5:4

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